sábado, 30 de setembro de 2017

O Brasil Precisa de Ensino Religioso?

Sabemos que ciência não é religião. E agora chegou a hora de realizar a URGENTE e NECESSÁRIA reflexão: religião é ciência?

Há um ramo da filosofia chamado Filosofia da Religião, que basicamente estuda a religião abordando essa coisa espiritual do homem do ponto de vista da metafísica, da antropologia e da ética. Esse é, aparentemente, o único ângulo em que você pode tratar a religião como uma ciência: aquele em que se estuda aspectos filosóficos, e também os sociais, da religião.

Isso porque algo que funciona com base em crenças obviamente não é uma ciência, como já entendemos no post linkado no início do texto. É por esta razão que não têm cabimento sugestões como a que fez Marco Feliciano certa vez, dizendo que se ensinam Darwin, deveriam ensinar também Moisés nas escolas.

Mas aonde eu quero chegar?

O que você estuda na escola, matemática, línguas, sociologia, história, física, química, é ciência. Na escola, aprende-se não valores morais e crenças, e sim conhecimento (ah, quando se fala em conhecimento, se fala em ciência. Se está acompanhando tudo até aqui, você já sabe disso, né?).

Nas escolas públicas se estuda apenas ciência, o que acontece porque o estado é laico, e é assim porque é assim que é o certo. A educação moral e ética é aquela que se diz que vem de casa, e a religiosa é na igreja, e talvez em alguma escola particular de viés religioso. Em qualquer coisa pública, o viés é laico.

Foto retirada de matéria do Estadão (link nesta postagem)

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Pare de usar o rótulo "esquerdista" para tudo.

A expressão "saber separar o joio do trigo" significa você ter discernimento para saber quando o que foi dito se trata de uma coisa e quando não se trata, quando se trata de outra. Pode parecer algo simples mas é muito raro encontrar pessoas que tenham genuinamente essa capacidade, porque é muito fácil acreditar-se que tem uma qualidade sem tê-la de verdade.
Para discutir qualquer assunto é preciso saber separar o joio do trigo. Certo?

Com política, não haveria por que ser diferente. E este assunto prova que as pessoas não sabem fazer essa distinção. A começar pelo fato de que associam a política assuntos e argumentos (e essa associação consiste em relacionar o que foi dito com uma partidaria esquerda x direita, mais especificamente. Em qualquer discussão, seja lá qual for o assunto) que nem teriam a ver em essência.


sábado, 4 de março de 2017

Falácia do Escocês de Verdade

Demorei, mas voltei pra fazer mais um post de falácia, com uma que foi citada no post passado.

É a Falácia do Escocês de Verdade. Ora, mas o que é essa falácia de nome esquisito? Você vai ver que é simples.

Imagine um escocês. Você tem uma imagem, muito folclórica, do escocês na sua cabeça: um carinha de kilt (aquele saiote), com uma gaita de fole, talvez ruivo, também. Essa é uma imagem padrão que você tem de um escocês, e seria esse o "escocês de verdade". Mas será que todo escocês só anda de saia, todo escocês toca gaita de fole e não coloca açúcar no mingau (são muitos elementos curiosos na cultura escocesa)?

Esses aí sim são escoceses!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Branca Não Pode Usar Turbante

Olá, voltei de férias. Resolvi fazê-lo com uma pequena reflexão sobre "apropriação cultural".

Mentira, não é sobre a apropriação cultural. É só um pensamento que foi engatilhado por um acontecimento ligado a esse assunto. Na verdade ele é, de novo, sobre aquela velha raiva e desdém da galera com relação a qualquer coisa que vise o progresso da humanidade.
Pra ser mais específico, é que do lado progressista tem gente que talvez viaje na maionese às vezes (será que viaja?), dizendo coisas aparentemente erradas (será?), mas o problema é que, do outro lado, pessoas preconceituosas pegam essas coisas supostamente erradas e querem usá-las para desvirtuar todas as reflexões corretas e justas sobre aquele assunto. Qualquer "problematização" que aparece já é motivo pra reclamarem de uma suposta "geração mimimi", dizer que isso é falta do que fazer, e pior, dizer que quem faz isso é burro, que a argumentação é errada e superficial (diz isso sem ter conhecimento suficiente sobre o assunto mas achando que tem, claro).

Aí recentemente teve aquele caso da menina branca que usava um turbante pra cobrir a cabeça, porque tinha câncer, e foi criticada por outras por usar "uma coisa da cultura negra sendo branca".