Pra Falar Tem Que Fazer Melhor

A crítica construtiva é aquela que é feita por alguém que tem mais conhecimento, mais experiência do que você naquilo, ou não necessariamente. De qualquer forma, é aquela que você tem motivos para levar a sério e refletir sobre o que foi dito.

Já a crítica destrutiva é aquela que é feita só por criticar, sem base ou com base em julgamentos errados ou mentirosos. Esta, infelizmente, é a que está presente em grande maioria na vida.

Está presente em grande maioria porque nós temos a mania de querer que pareça que entendemos das coisas. Por isso, estamos o tempo todo fazendo críticas sem pensar, só por falar, ou então acreditando mesmo que entendemos, mas sem querer saber de procurar embasá-las. O que muitas pessoas não veem, e é complicado de dizer, é que a falta de determinado nível de conhecimento e experiência com o assunto pode realmente tornar impossível fazer críticas boas sobre ele.
Vejo muitas pessoas falando o que bem entenderem, e quando vem o "o que você sabe para estar falando?", se protegem com o "não sou obrigado a ser profissional nisso pra opinar"...

Certa vez, eu estava assistindo um programa esportivo em que o Neto era comentarista, e ele disse uma coisa certa sobre alguns energúmenos da mídia e cartolas de clubes. No caso dos jornalistas, todo mundo sabe como a mídia esportiva é sensacionalista e inventa crises nos clubes, esculacha, etc., sem saber o que acontece lá dentro, e se protege com o "a mídia tá aí é pra informar". Como diz o Neto, "são pessoas que se sentem entendedoras de futebol mas que nunca chutaram uma bola na vida". Aí você pode estar pensando: "e eu preciso ser jogador de futebol pra criticar um jogador de futebol?". É aí que a questão fica complicada. Pra resumir: em alguns casos, não. Em outros, sim.

Agora vou usar o exemplo que me faz não gostar das críticas destrutivas. A música. Porque é na música que, pra mim, tem mais gente se achando entendedora do assunto, quando na grande maioria das vezes as críticas são mais por criticar mesmo. Simplesmente todo mundo se sente qualificado a avaliar esse tema só porque ouve as músicas. Muitos nem isto fazem. Isso é algo tão comum que já nem trato como errado, apenas como natural.

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Pessoalmente, sou uma pessoa que tem alguma experiência com a música e venho querendo trabalhar com ela há algum tempo. No passado, eu era uma pessoa muito tímida, mas graças ao treinamento ninja que tive numa escola muito boa onde estudei, consegui vencer a timidez. Hoje, até mesmo graças a isso, já tive várias vezes a experiência de "sair da platéia e estar no palco". Por isso, sei muito bem que é muito fácil estar só vendo ou ouvindo e criticando, mas estar lá em cima tocando ou cantando é um passo que muitos não teriam - e sabem que não teriam -  coragem de dar.

Pra mim, aquela coisa do "pra falar tem que fazer melhor" é válida sim. Ou melhor: não é que tenha necessariamente que fazer melhor, mas se você não conseguiria fazer o que aquela pessoa faz, é porque não tem experiência suficiente para estar julgando. Ele pode ter exatamente o mesmo conhecimento que você, ou até menos, mas só o fato de ele estar lá e você nunca ter estado significa que ele já passou por etapas que você não passou.

É, cara, eu sei que você ainda não precisa ser músico pra criticar música, ou que "se quiser falar, fala e foda-se se é merda". Mas o fato é que a falta de conhecimento e experiência limita a nossa capacidade de criticar, e o problema aqui é que muitas pessoas não veem isso.
O que se pode fazer? Na maioria das vezes, não muita coisa. Você não precisa parar de criticar música, nem nada. Só mesmo buscar sempre aprender. Ou então, use o silêncio: se não entende do que vai falar, não fale, o que serve até mesmo pra evitar eventuais papéis de vergonha.


ATUALIZAÇÃO: tive alguns problemas técnicos enquanto mexia no blog e acabei perdendo o texto deste post, e o único jeito foi reescrevê-lo inteiro correndo, puxando pela memória enquanto ainda lembrava do conteúdo. Que bom que consegui lembrar da maioria, e se tiver alguma coisa sem nexo, esse é o motivo...