Conheço gente que passa pouquíssimo tempo em redes sociais. Invejo.
Pessoalmente, até uns 4 anos atrás eu não usava redes sociais, só tive um Orkut que não durou muito tempo, lá pra 2007. Foi mais ou menos de 2011 pra 2012 que comecei a usar o Facebook, mas cerca de um ano depois que comecei a usá-lo pra me engajar em grupos de debate, temas que sempre tive minhas opiniões, e não só pra compartilhar memes.
Hoje, uso algumas outras redes sociais em alternativa ao Face (o Twitter é aquele que você cria um, não entende nada, sai e, depois de muito tempo, volta, descobre onde é que tá a graça e acaba viciando), porque às vezes minha paciência acaba, devido a certas coisas que rolam por lá.
Não sou do tipo que começou a pensar no Facebook, a partir de junho de 2013 (cruz credo!), mas eu posso dizer que a interação com aqueles debates - e algumas coisas em outras redes também, vale lembrar - me ajudou a amadurecer de algumas formas, ainda que em coisas não muito grandes.
Por exemplo, sempre fui adepto da filosofia do muro (ou como chamam em inglês, the fence, "a cerca"), de evitar cair com tudo pra esquerda ou pra direita, pois pra mim isso leva ao pensamento polarizado. Muitas pessoas que pensam como eu são, por essas razões, contra qualquer tipo de militância ou extremismo. Tem até uma palavra, "militonto", pra classificar quem defende com unhas e dentes um grupo ideológico, ou um partido.
No entanto, passado algum tempo (pouco mais de um ano) dessas jornadas, digamos, intelectualmente trágicas que tivemos em 2013, começaram a acontecer algumas coisas no cenário político brasileiro, e o povo, principalmente no Face, chegou a ficar assustador. E eis que chego a essa mudança de posição, que me faz mal: quando você começa a sentir na pele a escrotice das pessoas, fica difícil não defender um lado. Então, hoje eu ainda reitero os riscos do pensamento polarizado, mas já entendo pessoas que militam por uma causa; até porque também tenho as minhas e também já fui ofendido por elas.
Pra voltar ao foco, eu digo que essa mudança de posição me faz mal porque assim eu brigo mais: antes de me decepcionar com meio Brasil (quem nunca excluiu aquele reaça chato, aquele bolsominion do Face?), eu era uma pessoa mais tranquila. Não me ligava em desvios de caráter disfarçados de racionalidade que certas opiniões podem representar, e como consequência aceitava mais coisas.
Agora, vejo por que muita gente se fecha só com a sua esquerda mesmo, pra não compactuar com certas coisas do lado de lá.
É aí que entra a questão. Agora eu sou assim, e assim me considero mais maduro - você pode estar pensando que mais maduro é quem aceita os dois lados, ou não discute por causa dessas coisas, simplesmente "abstraindo", mas pra mim, agora, isto está mais pra ingenuidade de quem nunca sentiu na pele umas escrotices, uns preconceitos.
Porém, quem não usa rede social pra debater opinião (quem usa só pra zoeira não conta, porque na verdade é lá que ultimamente está boa parte dessa escrotice) não teve de se aborrecer com nada disso e não tem que aturar essas coisas, não da maneira superficial que a internet proporciona.
Só mesmo na vida real, que é só onde precisa ser. Não é esta uma maneira melhor de trabalhar sua visão de mundo?
Se você não usa ou usa pouco as redes sociais, continue assim.
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