quarta-feira, 6 de julho de 2016

Jean Wyllys Não É Dono da Friboi

Um hoax consiste numa história ou uma notícia falsa, que é espalhada pela internet por meio de email ou, principalmente, por redes sociais. O conteúdo das "correntes" geralmente consiste em apelos dramáticos de cunho sentimental ou religioso, difamação de pessoas ou empresas, supostas campanhas filantrópicas, humanitárias, ou de socorro a supostas pessoas doentes, etc.

Muitas vezes, um hoax é usado para polemizar sobre algo ou alguém por quem seu criador tenha antipatia ou seja contra.

Algum tempo atrás, mencionei num post as campanhas difamatórias feitas contra o deputado Jean Wyllys. Nessa ocasião, eu disse que o fato de tanta gente comprar esse ódio a certas figuras é revoltante e diz muito sobre a inteligência do nosso povo, mas que seria assunto para outra conversa. Resolvi abordar tal conversa agora.

Recentemente, Wyllys recebeu moção de repúdio por projeto que não existe.

Os hoaxes só fazem sucesso por aqui porque o nosso povo tem um problema crônico no que diz respeito a filtrar a informação que chega para si: acredita que a internet não é uma fonte duvidosa, e sim que é o lugar onde se encontrará a verdade mesmo, diferente da informação manipulada que vem da televisão opressora de opiniões. O que muita gente não vê é que na internet qualquer um pode escrever o que quiser, e no jornalismo da TV há uma tradição maior de comprometimento com o profissionalismo. Uma mídia profissional não deve publicar um boato como notícia, por exemplo.

Bato muito na tecla do caso específico do Jean Wyllys porque é um caso de pessoa que é constantemente vítima dos boatos. O fato de ser um homossexual com visibilidade no congresso de maioria homofóbica desperta o ódio dos reacionários da internet, e o resultado são séries e séries de vídeos conspiranóicos no YouTube acusando supostas ditaduras gayzistas-heterofóbicas-cristofóbicas, e hoaxes, que surgem como parte de uma grande tentativa implícita de incriminar e acusar pessoas que defendem causas humanas.

Muitos internautas compram esse ódio por compactuarem com esse pensamento. Outros, apenas por alienação: como existe uma espécie de moda de se odiar a esquerda, e de se fazer pouco de quem se preocupa com causas "insignificantes" como essas, quando deviam estar se preocupando em administrar, e zelar pelo "cidadão de bem", etc., se criou um certo senso comum - você pode achar que não ou não perceber, mas o fato aqui é que ele está lá - de que todas as acusações contra aqueles políticos daquele partido "liberal demais" são motivos para ficar contra eles, e mais: às vezes mesmo que as acusações não sejam verdadeiras, esse fato não faz deles "menos babacas", nessa "luta cega deles por direitos humanos".

Eu resolvi voltar a este assunto neste momento porque esses dias vi uma notícia (entenda lendo ela aqui) que é uma prova de que, como disseram por aí, os políticos conservadores são o reflexo de quem os elegeu: adeptos do "se tá na internet, é verdade".

Quando você vir uma suposta notícia por aí, e principalmente se for na forma de post de página de Facebook, simplesmente jogue no Google e veja se saiu em algum, ou talvez em mais de um, veículo de mídia sério. Será isto algo difícil de se fazer? Às vezes tenho a impressão de que algumas pessoas não fazem isso porque não querem...

Nenhum comentário:

Postar um comentário